Categoria: Santos do dia

  • Fátima

    Maio de 1944. A Segunda Guerra mundial convulsionava largas regiões do globo. Havia pouco, Dr. Plinio tomara conhecimento da mensagem de Nossa Senhora em Fátima, vendo logo, na correspondência da humanidade a ela, o único meio de interromper a decadência da civilização. O jovem líder católico utilizou, então, as páginas do “Legionário” para analisar pela primeira vez os acontecimentos da Cova da Iria. Pôs empenho em destacar a integridade moral de Lúcia e dos Bem-aventurados Jacinta e Francisco, como ponderável argumento em prol da autenticidade das aparições.

    Há pouco menos de 30 anos, a primeira conflagração mundial caminhava para seu declínio. Contido o ímpeto inicial da invasão teutônica, os franceses se dispunham a reconquistar o território perdido. Para os políticos de alto bordo e os observadores militares, já não era duvidoso o êxito final da luta. Toda a estratégia alemã se baseara na esperança do triunfo da “blitzkrieg” (guerra relâmpago). A primeira cartada se jogaria com imensas possibilidades de êxito. Mas era a única. Os alemães a tinham perdido. O resto, para os aliados, era apenas questão de tempo. Os financistas, os sociólogos, os politiqueiros, já começavam seu burburinho de antecâmaras e bastidores, para saber como o mundo se reorganizaria no após-guerra. E isto enquanto nos campos de batalha a luta ainda ia acesa, e os canhões germânicos troavam não muito longe de Paris.

    Esse burburinho tinha real importância. Tinha, mesmo, muito mais importância do que o troar dos canhões. Nos campos de batalha, se liquidava uma guerra já decidida “in radice”. Nos gabinetes, não se liquidava uma guerra, mas se elaborava uma nova era. O futuro já não estava na retranca das metralhadoras, mas nos “pourparlers”(negociações) dos bacharéis e dos técnicos.

    Grande Jato da história contemporânea

    Quando começavam a delinear-se apenas, timidamente, as primeiras linhas desse mundo novo, verificou-se um dos fatos mais consideráveis da história contemporânea. Em nosso mundo são muitos os céticos que não acreditam nesse fato. Os que não são céticos são tímidos, e não ousam proclamar os fatos em que acreditam. Uns por falta de Fé, outros por falta de coragem, não ousam incorporar à história contemporânea esse acontecimento. Mas, os mais graves motivos sobre que a inteligência humana pode basear-se aí estão patentes, a atestar que Nossa Senhora baixou dos céus à terra, e que manifestou a três pequenos pastores de um recanto ignorado e perdido do pequeno Portugal, as condições verdadeiras, os fundamentos indispensáveis para a reorganização do mundo. Ouvida essa mensagem, a humanidade encontraria verdadeiramente a paz. Negada, ignorada essa mensagem, a paz seria falsa e o mundo emergirá em nova guerra. A guerra veio. A guerra aí está. Cogita-se agora, como há 30 anos atrás, de reorganizar novamente o mundo. Nenhum momento é mais oportuno do que este, para recordar a aparição de Nossa Senhora em Fátima. E isto tanto mais quanto, há precisamente três dias, a Igreja celebrou a festa litúrgica de Nossa Senhora de Fátima.

    Analisemos primeiramente o fato.

    Lúcia, Francisco e Jacinta eram três pastores como os há tantos em Portugal. Educados em zona inteiramente isolada dos miasmas contemporâneos, conservam intacta a flor de sua inocência batismal, e, à falta de cartilhas e de grupos escolares, desenvolviam sua personalidade, sua formação, sua virtude, em contato com as belezas do campo, com os encantos da arte e da música popular de sua terra, com a suave austeridade dos ensinamentos cristãos recebidos dos lábios de suas mães, ou do singelo e piedoso magistério do Pároco da aldeia. Neles, como em todos os filhos da Igreja, era generoso o ânimo com que lhe correspondiam. Não passavam porém de três excelentes crianças, que cumpriam seus deveres, rezavam com uma piedade sincera à qual não era alheia por vezes certa preguiça, e passavam seus dias guardando conscienciosamente os rebanhos paternos.

    Foi num dia destes, igual a todos os outros, que se manifestou para eles a primeira aparição, à qual depois muitas outras se seguiram. Eram crianças tão extremamente simples e ignorantes, que seriam incapazes de forjar qualquer quimera que por fim os sugestionasse. Quando vieram as primeiras aparições, nem sabiam com Quem tratavam. Descrevendo maravilhados a Pessoa que lhes aparecera, retratavam por suas palavras uma figura de uma elegância, uma majestade, uma nobreza que sua imaginação de pequenos pastores nunca teria podido forjar gratuitamente.

    Autenticidade dos três mensageiros

    Imediatamente se abateu sobre eles uma verdadeira perseguição. Estiveram na cadeia, foram ameaçados de morte, e até conduzidos ao lugar de seu suposto suplício; portaram-se com a dignidade dos mártires do Coliseu. Depois, foram objeto dos agrados indiscretos e frenéticos da multidão. Conservaram-se, no meio deste triunfo, sóbrios, simples, desinteressados como um Cincinato(1). Interrogados muitas vezes em separado, com mil artifícios destinados a induzi-los ao exagero, ou à diminuição da verdade, sempre souberam conservá-la íntegra.

    Dois deles morreram ainda na infância, Jacinta e Francisco. Jacinta profetizou sua morte, quando nada faria suspeitar um fim tão prematuro. E ao morrer como dissera, fê-lo afirmando a verdade das revelações. Francisco também testemunhou  a  verdade   do que vira, até morrer. Lúcia não morreu, mas tomou o hábito religioso. Pertence hoje à Congregação das beneméritas Irmãs Doroteias [transferiu-se depois para o Carmelo], e com sua responsabilidade de Esposa de Jesus Cristo confirma plenamente na idade adulta as afirmações que fizera em sua juventude. Ela estaria em pecado mortal, se não desmentisse as visões, no caso de as ter falseado de parceria com seus pequenos primos. Ela recebe, entretanto, continuamente o Santo Sacramento com a tranqüilidade dos justos. Essas são as testemunhas. O selo do martírio, o prestígio da inocência, a dignidade do hábito religioso, lhes asseguram a veracidade.

    Realmente, quando, diante de uma multidão calculada em milhares de pessoas, os pequenos pastores sustentavam que estavam vendo Nossa Senhora, não mentiam. Tudo em sua vida no-lo atesta. Até sua ignorância serve de credencial a esses pequenos arautos. Crianças que ao tempo das aparições nem sabiam quem é o Papa, não poderiam inventar o que disseram, como um analfabeto não inventa uma teoria de trigonometria, ignorando até as quatro operações da aritmética.

    Majestade e beleza da Senhora

    Examinados os mensageiros, analisemos a Senhora que lhes deu a mensagem. Faça-se um teste: tomem-se várias crianças em separado, e mande-se-lhes que fantasiem a título de composição literária uma aparição de Nossa Senhora, descrevendo seu semblante, seu traje, suas expressões fisionômicas, seus gestos, anotando-lhe as palavras, o que sairia de tudo isto? Quanta coisa infantil, quanta concepção grotesca, quanto pormenor francamente ridículo!

    O nível de instrução das crianças de Fátima era incomparavelmente inferior ao de uma criança de cidade. Não conheciam teatros nem cinemas, não tinham visto livros com figuras representando rainhas, senhoras de corte dos tempos antigos, etc. Não tinham, pois, outra ideia de beleza, elegância e distinção, que não a que filtrava até elas em que luscofusco! através dos tipos femininos que viam em redor de si na aldeia. Não possuíam a menor noção da beleza própria aos vários coloridos e a suas respectivas combinações. Tudo isto não obstante, a Senhora que lhes aparece, eles a descrevem com pormenores suficientes para se ver que era uma figura de sublime beleza, trajada com uma rara majestade e simplicidade. Senhora, aliás, tão diferente de tudo quanto eles conheciam em matéria de imagens, que não suspeitariam que fosse Nossa Senhora, e nem sequer uma Santa. Foi só quando a Senhora se declarou, que souberam com Quem tratavam.

    Essa Senhora lhes disse coisas muito elevadas. Falou-lhes da guerra, falou-lhes do Papa (que Jacinta, a menor, não sabia que existisse), falou-lhes da pureza dos costumes e do respeito aos domingos, falou-lhes de política e de sociologia. E essas crianças repetem a mensagem com uma fidelidade extraordinária!

    Realmente, como diz a Escritura, Deus tira para si, “da boca das crianças, um louvor perfeito”.

    Mensagem absolutamente ortodoxa

    É o momento de considerarmos a mensagem. Antes de tudo, notemos que ela é absolutamente ortodoxa. Não é fácil inventar uma mensagem ortodoxa. Muito figurão “católico” que serve para discursos de inauguração, de luto, etc., etc., etc., toma um cuidado tremendo para não preparar um discurso que cheire a heresia… e solta duas ou três heresias em seu discurso. Ora, todas, absolutamente todas as palavras da Senhora aos pequenos Pastores são de uma ortodoxia absoluta. Tratando temas complexíssimos, Ela nem uma só vez erra em doutrina. Positivamente, isto não poderia ser invenção de pequenos pastores.

    Mas há mais. A mensagem da Senhora, que sobreveio precisamente no momento crucial em que se preparava o após-guerra, desprezando as manifestações aparatosas de falso patriotismo e de cientificismo dos “técnicos”, colocou com grande simplicidade todas as coisas em seus termos únicos e fundamentais. A guerra fora um castigo do mundo, por sua impiedade, pela impureza de seus costumes, por seu hábito de transgredir os domingos e dias santos. Isto resolvido, todos os assuntos se resolveriam por si. Isto não resolvido, todas as soluções nada resolveriam… E se o mundo não ouvisse a voz da Senhora, se ele não respeitasse esses princípios, nova conflagração viria, precedida de fenômeno celeste extraordinário. E essa conflagração seria muito mais terrível que a primeira.

    Desprezo, mais pecados e novo castigo

    Reuniram-se os técnicos …. “et convenerunt in unum adversus Dominum” (e decidiram por unanimidade contra o Senhor). Construíram uma paz sem Cristo, uma paz contra Cristo. O mundo se afundou ainda mais no pecado, a despeito da mensagem de Nossa Senhora. Em Fátima, os milagres se multiplicavam, às dezenas, às centenas, aos milhares. Ali estavam eles, acessíveis a todos, podendo ser examinados por todos os médicos de qualquer raça ou religião. As conversões já não tinham número. E, tudo isto não obstante, ninguém dava ouvidos a Fátima. Uns duvidavam sem quererem estudar. Outros negavam sem examinar. Outros criam mas não tinham coragem de o dizer. A voz da Senhora não se ouviu. Passaram-se mais de vinte anos. Um belo dia, sinais estranhos se viram no céu… Era uma aurora boreal, noticiada por todas as agências telegráficas da terra. Do fundo de seu convento, Lúcia escreveu a seu Bispo: era o sinal, e dentro em breve a guerra viria. A guerra veio dentro em breve. Ela está aí, e hoje se cuida novamente de “reorganizar o mundo”, aos últimos clarões desta luta potencialmente já vencida.

    Não endureçamos nossos corações…

    “Si vocem ejus hodie audieritis, nolite obdurare corda vestra – se hoje ouvirdes sua voz, não endureçais vossos corações”, diz a Escritura. Inscrevendo a festa de Nossa Senhora de Fátima no rol das celebrações litúrgicas, a Santa Igreja proclama a perenidade da mensagem de Nossa Senhora dada ao mundo através dos pequenos pastores. No dia de sua festa, mais uma vez a voz de Fátima chegou a nós: não endureçamos nossos corações, porque só assim teremos achado o caminho da paz verdadeira.

     

    (Transcrito do “Legionário”, nº 614, 14/5/1944. Subtítulos nossos.)

    1) Romano célebre pela simplicidade e austeridade de seus costumes.

  • Oração: Nossa Senhora de Fátima, o extremo sacrossanto

    O Virgem Mãe, Senhora de Fátima, que anunciastes ao mundo tão extremas aflições e tão excelsas alegrias, revelando os terríveis castigos e os grandes triunfos pelos quais passará a Cristandade! A Vós, que denunciastes com tanta clareza os extremos de abominação moral a que chegamos e, ao mesmo tempo, fizestes ver a plenitude de vossa insondável santidade, eu Vos suplico: mudai o meu espírito!

    Não permitais que eu continue sendo uma dessas incontáveis pessoas de horizontes curtos e de interesses circunscritos à pequena esfera de sua própria individualidade. Fazei, pelo contrário, que pela despretensão e abnegação eu seja uma alma aberta e ardente, capaz de medir em toda a sua extensão os extremos que em Fátima se divisam e de tomar uma posição intransigente e completa a favor do extremo sacrossanto que sois Vós, oh! minha Mãe: extremo de amor de Deus, de pureza, de humildade, de despretensão, de inquebrantável combatividade!

    Fazei com que eu, assim, seja um contrarrevolucionário modelar, um perfeito apóstolo dos últimos tempos. Amém.

    Plinio Corrêa de Oliveira (Oração composta em 8/5/1971)

  • Não endureçamos nossos corações

    “Hodie si vocem eius audieritis, nolite obdurare corda vestra — se hoje ouvirdes sua voz, não endureçais vossos corações” (Sl 94, 7-8), diz a Escritura. Inscrevendo a festa de Nossa Senhora de Fátima no rol das celebrações litúrgicas, a Santa Igreja proclama a perenidade da mensagem de Nossa Senhora dada ao mundo através dos pequenos pastores. No dia de sua festa, mais uma vez a voz de Fátima chegou a nós: não endureçamos nossos corações, porque só assim teremos achado o caminho da paz verdadeira.

    (Transcrito do “Legionário”, nº 614, de 14/5/44)

  • O Deus das vinganças está se aproximando e vai vencer

    Não podemos considerar que os castigos preditos por Nossa Senhora em Fátima estão por se realizar, pois já começaram a acontecer. O que está ocorrendo com a Igreja é, segundo toda a evidência, um castigo.

    A Igreja é o centro do gênero humano, a entidade que a Santíssima Virgem mais ama na Terra. Se o castigo começou na parte mais nobre, que é a Igreja, não tem todas as razões para temer esse castigo a parte inferior, a sociedade civil, se esta persevera no mal?

     

    Devemos fazer um comentário a respeito de Nossa Senhora de Fátima, tema tantas vezes tratado entre nós e que, entretanto, precisa ser comemorado sempre com uma especial solenidade.

    De 1917 para cá, o mundo piorou espetacularmente

    Dos múltiplos aspectos que o acontecimento de Fátima desperta, creio haver um que vem mais a propósito assinalar no presente comentário. Antes de tudo, devemos considerar nesse acontecimento – o qual está revestido de um caráter profético –, como traço saliente no meio de todos os aspectos, o fato de Nossa Senhora ter prometido ao mundo misericórdia se houvesse emenda de vida e fosse feita a consagração pedida por Ela; e, ao mesmo tempo, ameaçando com castigos caso o mundo não se emendasse e não se realizasse essa consagração. Esse esquema, que é a essência das revelações de Fátima, é também a substância de várias profecias do Antigo Testamento.

    Em relação ao povo judeu e seus inimigos, vários profetas se levantaram tendo exatamente a mesma linguagem e apresentando esta mesma alternativa: bênção e louvores caso se emendassem, castigo se não se convertessem.

    Já a ameaça é um ato de misericórdia, porque Nossa Senhora adverte por bondade, para não castigar, como uma mãe que, não querendo punir o filho, diz: “Não faça tal coisa, porque se fizer, eu serei obrigada a castigar”. Como quem afirma: “Ameaço não porque eu esteja com vontade de punir, mas porque sua situação é tal que, a perseverar nela, apesar de minha misericórdia, serei obrigada a castigar”.

    Várias profecias são assim, e Nossa Senhora fez tipicamente em Fátima uma profecia, segundo esse esquema.

    Passaram-se, de 1917 para cá, cinquenta e dois anos. Ao longo desse tempo, tudo quanto afligia Nossa Senhora em Fátima, e do que Ela se queixou no procedimento do mundo contemporâneo, não só não melhorou, mas piorou espetacularmente.

    O castigo já começou com o que está ocorrendo com a Igreja…

    Quando temos em vista que nos encontramos, portanto, na pista do castigo, não podemos deixar de entender que essa fabulosa crise que se desenrola na Igreja está na linha desse castigo. Porque, quando consideramos uma entidade como a Igreja, que está sendo castigada – pois o que está ocorrendo com a Igreja é, segundo toda a evidência, um castigo –, e vemos que a Santíssima Virgem prometeu uma punição ao mundo, do qual essa entidade é o eixo, entendemos que, atingindo o eixo, a punição atinge toda a circunferência e, portanto, essa crise que lavra dentro da Igreja está compreendida, implícita ou explicitamente, nos castigos profetizados em Fátima.

    Agora, poderíamos nos perguntar se esta situação dentro da Igreja não foi realmente prenunciada em Fátima . Se Nossa Senhora tivesse prenunciado em Fátima o castigo da Igreja, é certo que isso teria sido mantido secreto. Ora, há um segredo que ainda está sendo mantido, o que leva a crer ser esse um dos elementos do segredo. A Santíssima Virgem deve ter dito coisas muito duras a respeito do futuro da Igreja e do clero. E porque não se deu importância a isso, naturalmente aconteceu o que Ela prometeu.

    …e virá também a punição do mundo

    Então, em vista disso, não podemos considerar que os castigos preditos por Nossa Senhora em Fátima estão por se realizar, mas nós devemos julgar que já começaram a acontecer. Quer dizer, é um sistema de castigos, um processo punitivo que já se desencadeou . E tendo se desencadeado, é muito mais provável admitir que ele chegue até o fim do que pare.

    A Igreja é o centro do gênero humano, uma sociedade espiritual, o que há de mais elevado entre os homens; e toda a História gira em torno dela. A Igreja é o que Nossa Senhora mais ama na Terra. A salubridade da Igreja é a condição para a salubridade de todas as coisas morais e espirituais nesta Terra.

    Destaco estes dois traços: o que a Santíssima Virgem mais ama na Terra é a Igreja, primeiro traço. Segundo: a salubridade da Igreja é condição para a salubridade de todas as coisas da Terra. Ora, se considero o primeiro traço, vejo que Nossa Senhora castigou aquilo que Ela mais ama. Será que Ela poupará todo o resto, que também não está se emendando? Se o castigo começou na parte mais nobre e que menos deveria recear, que é a Igreja, não tem todas as razões para temer esse castigo a parte mais vil, se esta persevera no mal?

    Então, o castigo da Igreja nos faz ver que seria muito de espantar se não viesse a punição para o mundo.

    O segundo aspecto da questão é a salubridade da Igreja, como condição da sanidade de tudo. Ora, a Igreja está insalubre como nunca na História. É possível que o mundo não seja contaminado com essa insalubridade?

    Portanto, precisamos ver já em curso todos os castigos profetizados por Nossa Senhora. Isso deve nos levar a preparar as nossas almas para crer na mensagem de Fátima.

    Processo punitivo que está chegando ao seu paroxismo

    Eu repito esquematicamente o raciocínio.

    Primeiro ponto: a mensagem de Fátima é uma profecia. Não é uma profecia oficial, como foi a dos profetas do Antigo Testamento, do Apocalipse, mas é uma profecia autêntica com todas as características de uma profecia: a denúncia de um estado altamente censurável, um convite amoroso a abandonar esse estado, uma ameaça e, mais do que isso, a previsão de um castigo caso esse estado de coisas não seja abandonado.

    Segundo ponto: essa profecia, no que ela tem de público, não fala de um castigo à Igreja, ou pelo menos não trata de um modo frisante, saliente, de um castigo à Igreja, mas sim de um castigo para o gênero humano. Fala a certa altura que o Papa vai ter muito de sofrer, porém não diz diretamente que os sofrimentos do Papa são por causa dos pecados da Igreja.

    Mas a profecia tem um aspecto secreto, um segredo. Ora, nós vemos que a Igreja foi e está sendo duramente castigada. Nossa Senhora não terá falado desse castigo da Igreja? Naturalmente sim. Pois quem fala de castigo para o mundo, é normal que fale do pior desse castigo que é o castigo para a Igreja. Logo é sumamente provável, tudo leva a crer que o castigo da Igreja seja um dos elementos da profecia de Fátima.

    Se isto é verdade, a profecia de Fátima não está para se cumprir, mas já começou a se realizar. Sendo assim, devemos nos perguntar se há razões para esperar que esse processo punitivo se detenha.

    Então, a resposta é: se esse processo está chegando, quase se diria, a seu termo, ao seu paroxismo em relação à parte mais amada e mais nobre, por que não chegará também ao seu paroxismo em relação à parte menos nobre e menos amada, que é a sociedade civil? Enormemente amada, mas menos do que a Igreja. Tanto mais que a sociedade civil não se emendou. Ela persevera no pecado.

    Depois, quando a Igreja está insalubre, o mundo se torna insalubre. E esta insalubridade do orbe chegou a tal ponto que tem de trazer uma convulsão suprema para o mundo. Portanto, nós devemos dizer que começou já na Igreja e, por causa disso, estão postas as causas por onde é inevitável que atinja a sociedade civil. Então, não é só dizer que o castigo já começou, mas começou na sua raiz. E quem golpeia a raiz, golpeia a árvore toda. É assim que nós devemos ver a profecia de Fátima.

    Alegria porque afinal de contas o Reino de Maria vai chegar

    Alguém poderá dizer: “Dr . Plinio, o que eu não compreendo é o seguinte. Dia de Nossa Senhora de Fátima é dia de nossa Mãe, dia da ternura, do afeto. Ao invés de tratar da ternura e do afeto d’Ela, o senhor nos mostra Nossa Senhora numa análise seca da profecia d’Ela, para tirar algo que nos atormenta, que nos estremece. É esta a festa de uma mãe?”

    Eu afirmo o seguinte: qual é o modo de festejar um profeta a não ser por um ato de fé na sua profecia? Foi por amor que a Santíssima Virgem revelou tudo isso. Ela nos dá a possibilidade de admirar os altos desígnios de Deus, de contemplá-Lo enquanto Regedor de toda a História, como Autor de todos os movimentos que se fazem na História, inclusive enquanto Ele permite o mal, para daí tirar para Si sua maior glória. Há, portanto, mil razões que não cabem numa conferência, para nos enlevarmos com isso e adorarmos a Deus.

    Mas, uma vez que Nossa Senhora falou, não há melhor ato de reconhecimento às palavras amorosas d’Ela do que procurarmos entender essas palavras e tomá-las a sério. E por isso uma comemoração séria do dia de Fátima é uma análise séria da profecia.

    Oxalá, a Santíssima Virgem, na alma de cada um de nós, dê as graças por onde isso frutifique naquela espécie de alegria, de entusiasmo, de desprendimento que a certeza da realização da profecia dá. Porque há uma graça própria a essa realização por onde ela não atormenta, não apavora, nem sequer é recebida com uma fria indiferença, mas enche de alegria. É uma forma de zelo pela Lei e pela glória de Deus, por onde se tem um alívio de ver que, afinal de contas, o Deus das vinganças está se aproximando e vai vencer, e que o Reino de Maria vai chegar. É a única forma de alegria que enche a alma do contrarrevolucionário que abnegou completamente a si mesmo. É essa alegria que eu desejo a todos nesta data. Vamos rezar a ladainha do Imaculado Coração de Maria, uma vez que Nossa Senhora, numa de suas aparições, manifestou-Se com o Coração à mostra, circundado de espinhos.

     

    (Extraído de conferência de 13/5/1969)

  • Maria vivendo em seus escravos

    Quando lemos a Oração Abrasada de São Luís Maria Grignion de Montfort, que dá o perfil moral de um Apóstolo dos Últimos Tempos, percebemos serem aqueles varões ali descritos capazes de ir até o último ponto das realizações, porque têm uma estrutura de alma inteiramente metódica, uma convicção profunda e um amor completo.

    Assim é a alma de um verdadeiro Santo(1).

    Entretanto, para alcançar esta santidade a que se referia, Dr. Plinio considerava indispensável — tal como São Luís Grignion — uma completa união de alma com a Santíssima Virgem. Como “Christianus alter Christus — o cristão é um outro Cristo” — todo católico deve também, de certo modo e guardadas as devidas proporções, identificar-se com Nossa Senhora, como nos explica a seguir Dr. Plinio:

    Ao manifestar meu desejo de que Nosso Senhor viva em mim vivendo em Nossa Senhora, não me refiro a um mero existir, mas isto significa Nossa Senhora vivendo, operando, fazendo tudo em mim. De maneira que de mim só saia o que Ela quiser, minha vontade e minha inteligência ficam ligadas às d’Ela e assumidas por Ela. Assim, só penso o que Ela quer que eu pense, só faço o que Ela deseja, só consinto nos sentimentos que Ela queira que eu tenha, minha vida é a d’Ela. Este é o sentido da palavra “vida”, e é este o significado da afirmação “Maria vive em seus escravos”.

    Ainda mais: é importante considerar que quando Maria vive em alguém, não é Ela quem vive, mas é Jesus Cristo que vive nesse alguém. Estabelecer limites a Nosso Senhor seria um verdadeiro absurdo. Portanto, devo querer uma entrega ilimitada à Santíssima Virgem.

    Essa entrega supõe, antes de tudo, um enlevo completo, seguido de uma veneração e uma ternura completas.

    Nessa perspectiva, a atitude perfeita é dar tudo, dar-se a si mesmo, por uma exigência do enlevo e como uma necessidade de sobrevivência, para não decair na vida espiritual, a ponto de amar o espírito que Nosso Senhor pôs em Maria, de maneira a querer ser para Ela como Eliseu foi para Elias.

    Quer dizer, ter o espírito d’Ela, porque vejo ser um espírito vindo de Nosso Senhor Jesus Cristo e, portanto, de Deus. É o espírito da Santa Igreja Católica Apostólica Romana.

    Se eu estiver inteiramente unido a Nossa Senhora, terei a graça inefável de unir-me a Nosso Senhor Jesus Cristo.

    Outros aspectos do mesmo tema poderão ser contemplados na seção “Reflexões teológicas”, à página 22 da presente edição.

     

    Plinio Corrêa de Oliveira

    1) Conferência proferida no ano de 1967.

     

  • Olhar de fogo, grandeza e seriedade

    São Bernardino de Siena foi quem popularizou a devoção ao Santíssimo Nome de Jesus. Não foi tanto um homem de estudos quanto um pregador, que reunia em torno de si multidões imensas, em praças muito grandes. Quando ele falava, a multidão ia se deslocando conforme o vento, para ouvir suas palavras. Notem seu rosto sério, do homem que se sente revestido de uma missão divina, chamado a dizer verdades duríssimas aos seus contemporâneos, e que as disse de fato.

    Ele está cumprindo sua missão; e as brasas estarão acumuladas sobre a cabeça de quem não o ouvir. É uma alma povoada de ideias, de convicções a respeito da transcendência e da perfeição infinita de Deus, e do alto destino eterno.

    Vejam como tudo está bem apanhado neste olhar de fogo. Não há clima para conversar com ele sobre bagatelas. Quanta grandeza e seriedade!

    Plinio Corrêa de Oliveira, (Extraído de conferência de 1965)

  • QUANDO VIRGINDADE E GRANDEZA RÉGIA SE OSCULAM

    Não há louvores que não se possam fazer à virgindade.

    Ela é o auge da dedicação em relação a Deus, porque o homem inteiramente casto renuncia às comodidades e aos legítimos  atrativos e aspirações da vida de família para servir um ideal superior. Um ideal que não lhe dá prêmios na terra, mas oferece recompensas no Céu. Trata-se, é claro, de um ideal católico, pois nenhum outro pode ser considerado autêntico e verdadeiro, quando desprovido do sentimento católico.

    A virgindade é, então, o ápice da dedicação. É, outrossim, uma forma de grandeza. Mais ainda, é a grandeza por excelência. Consideremos um rei santo. São Luís IX era um soberano puríssimo que tinha, entre outras missões, a de perpetuar a dinastia da França. Casou-se, teve filhos, e guardou plenamente a fidelidade conjugal. É maravilhoso.

    Contudo, quando ouvimos falar do Infante Dom Sebastião de Portugal — o rei casto, puro, virginal, imolado numa batalha contra os mouros nos vastos campos de Alcácer-Quibir — sentimos exalar-se um conjunto de idéias e grandezas, que adquire seu maior fulgor no fato de Dom Sebastião ser virginalmente casto.

    Resplandece nele aquela auréola da castidade perfeita, não a respeitável castidade do matrimônio, mas a da inteira abstenção de qualquer contato carnal. Um varão régio e virginal, numa couraça lisa e rutilante, brilhando sob o sol da África, com uma lança na mão e uma coroa de Rei Fidelíssimo na fronte.

    O trono da França era mais elevado que o de Portugal. São Luís foi um santo autêntico, canonizado pela Igreja. Esta não canonizou o Rei Dom Sebastião, e talvez houvesse certa temeridade em suas ousadias guerreiras, razão para não inscrevê-lo no rol dos Santos.

    Não obstante, sua figura é cercada de uma auréola, de uma poesia, de um perfume típico de grandeza que nem o grande São Luís, nem o grande São Fernando de Castela tiveram. Nem o próprio Carlos Magno possuiu. É a aliança entre a majestade régia e a castidade perfeita, entre a virgindade e a coroa.

  • Nossa Senhora, a morte dos crimes

    Certas pessoas podem ter a ideia de que as evoluções do mundo extinguirão os crimes. Verdadeiramente, a morte dos crimes já veio ao mundo com o nascimento de Nossa Senhora. Ela, segundo um lindo cântico gregoriano, é a “Mors críminum”, a “Morte dos crimes”.

    Por sua influência, mediação, oração e comunicação de graças, Maria Santíssima mata os crimes, extirpa os pecados e elimina o mal da Terra, triunfando permanentemente sobre ele.

     

    Plinio Corrêa de Oliveira, (Extraído de conferência de 18/8/1965)

  • Firmeza do guerreiro católico

    Vemos aqui São Felipe Néri já idoso, com a barba inteiramente branca e o semblante de um homem que lutou muito, e ainda está no combate. E que está olhando atento e desconfiado para um adversário invisível para nós, mas que ele divisava ao longe.

    Dir-se-ia que o Santo estava percebendo formar-se uma trama a certa distância dele, e que pensava na argumentação a ser dada e na rasteira a passar em quem avançava contra ele.

    O caráter de luta, a meu ver, está não tanto no olhar, que dá muito a ideia de vigilância e de pugnacidade, mas no formato contorcido das sobrancelhas. Dir-se-ia que de tanto franzir as  sobrancelhas elas ficaram com essa forma singular. Como um guerreiro carrega as características da guerra, assim também as sobrancelhas dele carregavam o traçado de profundas preocupações.

    Mas, se o olhar é vigilante, toda a atitude do rosto é plácida: é a firmeza do guerreiro católico que tem coragem.

  • O Rosário, caminho para a vitória!

    Para bem compreender o valor da devoção ao Santo Rosário, analisemo-lo com maior profundidade. Após ser entregue diretamente por Nossa Senhora a São Domingos de Gusmão, a devoção ao Rosário se estendeu rapidamente por toda Igreja, ultrapassando os limites da Ordem Dominicana e ornando-se o distintivo de muitas outras ordens que passaram a portá-lo pendente à cintura.

    Tempo houve em que todo católico o trazia habitualmente consigo, não apenas como objeto de contar Ave-Marias, mas como instrumento que atraía as bênçãos de Deus. O Rosário era  considerado uma corrente que liga o fiel a Nossa Senhora, uma  arma que afugenta o demônio.

    Esplêndida conjunção da oração vocal com a mental

    O que vem a ser o Rosário? Em síntese, o Rosário é uma composição de meditações da vida de Nosso Senhor e de sua Mãe, somada a orações vocais. Tal conjunção — da oração vocal com a mental — é verdadeiramente esplêndida, pois, enquanto se profere com os lábios uma súplica, o espírito se concentra num ponto. Assim o homem faz na ordem sobrenatural tudo quanto pode. Porque  através de suas intenções, se une àquilo que seus lábios pronuncia m, e por sua mente se entrega àquilo que seu espírito medita.

    Por esta forma de oração o homem une-se intimamente a Deus, sobretudo porque esta ligação se dá através de Maria, Medianeira de todas as graças.

    Alguém poderia perguntar: “Qual o sentido de rezar vocalmente a Nossa Senhora enquanto se edita em outra coisa? Não podia ser algo mais simples? Não seria mais fácil meditar antes, e depois rezar dez Ave Marias?”

    A resposta é muito simples. Cada mistério contém, nos seus pormenores, elevações sem fim, as quais nosso pobre espírito está procurando sondar… Ora, para fazê-lo com toda a perfeição, precisamos ser auxiliados pela graça de Deus, e tal graça nos é dada pelo auxílio de Nossa Senhora. Ou seja, pronuncia-se a Ave-Maria para pedir que a Virgem Santíssima nos obtenha as graças para bem meditar.

    Obra-prima da espiritualidade católica

    No Rosário encontramos pequenos, mas preciosos tesouros teológicos que o tornam uma obra-prima da espiritualidade e da Doutrina Católica. Esta devoção contém enorme força e substância; ela não é apenas feita de emoções; pelo contrário, é séria, cheia de pensamento, com razões firmes. Ela constitui a vida espiritual do varão católico como um sólido e esplendoroso edifício de conclusões e certezas.

    Além disso, a meditação de cada mistério da vida de Nosso Senhor proporciona ao fiel receber graças próprias ao fato que está contemplando.

    Ao analisarmos as incontáveis graças que Maria Santíssima vem distribuindo por meio da recitação do Santo Rosário, vemos nele algo que o torna superior a outros atos de piedade mariana. Ora, qual é a razão disto?

    Antes de mais nada, vale salientar que Nossa Senhora, sendo excelsa Rainha, tem o direito de estabelecer suas preferências! E Ela quis elevar esta devoção além das outras, distribuindo graças especialíssimas através da recitação do Santo Rosário.

    Batalha de Lepanto

    Entre as diversas graças insignes alcançadas pela recitação do Rosário está a vitória obtida pela Cristandade na Batalha de Lepanto.

    São Pio V, então Pontífice, encontrava-se aflito diante da ameaça otomana que cercava a Europa cristã. Ordenou, então, que toda a Cristandade rezasse o Rosário a fim de suplicar a intervenção de Nossa Senhora.

    Antes da terrível batalha ocorrida no Golfo de Lepanto, a sete de outubro de 1571, entre as hostes cristãs e muçulmanas, os soldados católicos rezavam o Rosário com grande devoção.

    Segundo testemunharam os próprios adversários, a Santíssima Virgem apareceu-lhes durante a batalha, infundindo-lhes grande pavor.

    Para comemorar a grande vitória obtida neste dia, o Santo Padre instituiu a festa de Nossa Senhora do Rosário, a qual, no século  XVIII, foi estendida a toda a Igreja Católica por determinação do Papa Clemente XI.

    Uma vez que por meio do Santo Rosário a Cristandade tem obtido tão grandes vitórias, não temos razão suficiente para esperar, por meio da recitação desta oração, a vitória em todas as lutas travadas ao longo de nossa existência?

    Resolução de rezar sempre o rosário.

    Um fato ocorrido na vida de Santo Afonso Maria de Ligório mostra-nos que, sobretudo, numa grande luta o Rosário é penhor de vitória. O santo era conduzido em cadeira de rodas, por um irmão de hábito, através dos corredores do convento, quando perguntou se já haviam rezado todo o Rosário. O companheiro lhe respondeu:

    Não me lembro.

    Rezemos, então. Disse o santo.

    Mas o senhor está cansado! Que mal há um só dia deixar de rezar o Rosário?

    Temo por minha salvação eterna se o deixasse de rezar por um só dia.

     É justamente isso que devemos pensar e sentir: o Rosário é a grande garantia de nossa perseverança final. Devemos pedir à Santíssima Virgem a graça de rezar o Rosário todos os dias de nossa vida.

    Gostaria ainda de dar uma recomendação para os membros de nosso Movimento: nunca deixarem o Rosário, de modo que, mesmo dormindo, procurem ter o Rosário à mão, de maneira tal que o sintam consigo. E, se tiverem receio de que ele caia — devemos tratá-lo com toda a reverência —, pendurem-no ao pescoço, ou o coloquem no bolso.

    “Eu quisera ressuscitar com o Rosário em minhas mãos”

    Quando as nossas mãos não puderem mais abrir-se nem fechar-se, e forem movimentadas por outros que nos assistam, tenhamos, como última atitude de oração, o Rosário enleado em nossos dedos, de maneira que, quando chegar a Ressurreição dos mortos e de dentro do caixão nosso corpo retomar a vida, entre seus dedos vivificados esteja o Santo Rosário. Quisera eu que, no momento em que todos os justos forem convocados à Ressurreição, meu primeiro ósculo fosse no Rosário que eu encontrasse em minhas mãos.

    Eis um conselho para depois da Ressurreição — nunca ouvi dizer que se desse conselhos, ou se fizesse alguma combinação para essa hora, mas proponho uma combinação: Quando todos ressuscitarmos, entre os resplendores da Ressurreição, lembremo-nos: “Estava combinado!”, e então osculemos o Rosário! Assim este Movimento, que é de Nossa Senhora, ressuscitará tendo nas mãos seu Santo Rosário!

     

    Plinio Corrêa de Oliveira, (Extraído de conferências de 7/10/1964 e 10/3/1984)