Categoria: Orações a Nossa Senhora

  • Oração pedindo a sabedoria

    Ó Maria, Esposa Imaculada do Espírito Santo, dai-me a graça de ver os imponderáveis da Criação, de me enlevar por eles, e de ser impelido por um amor desinteressado à contemplação das perfeições que a alma humana possui pela natureza e pela graça.

    Fazei-me subir dessa consideração à da natureza angélica e puramente espiritual, e, por fim, à de vosso Divino Filho que, na sua humanidade santíssima, é o ápice e a síntese de toda a Criação.

    Fazei-me, em seguida, por um voo ainda mais possante de despretensão e de enlevo, fixar a minha mente na consideração da própria essência divina, da qual toda a Criação é imagem ou semelhança, de maneira que, analisando depois as criaturas, possa antegozar o Céu, preparando-me desse modo para entrar nele e Vos louvar por toda a eternidade. Amém.

     

    Plinio Corrêa de Oliveira

  • Oração: Ação de graças pelo sofrimento recebido

    Ó minha Mãe, eu Vos agradeço por me terdes dado esta ocasião de sofrer por Vós, e Vos digo: quero esta dor! Eu a desejo porque Vós assim o quereis; e a desejo durante o tempo que Vós quiserdes! Ajudai-me na minha debilidade para que eu possa carregar esta cruz como Vós entenderdes. Eu a osculo como Nosso Senhor a osculou no momento de colocá-la sobre os ombros, porque desejo tudo sofrer.

    Eu ficaria desolado se minha vida fosse sem cruz. A vida sem cruz é uma vida sem Vós e, portanto, aceito a cruz de todo o coração. Tenho a alegria de receber este sofrimento em união convosco e para Vos agradar.

    Dai-me, ó Mãe, o amor e o senso da cruz!

    Plinio Corrêa de Oliveira (Composta em 5/12/1967)

  • Propósito de fidelidade à luz da graça

    Ó minha Mãe, Medianeira de todas as graças, na vossa luz veremos a luz!

    Mãe, antes ficar cego do que deixar de ver vossa luz, porque vê-la é viver. Na sua claridade contemplaremos todas as luzes; e sem ela, nenhuma luz refulge. Não considerarei vida os momentos em que ela não brilhar; e eu, da vida, não quererei ter mais nada do que a mente banhada por essa luz.

    Ó luz, eu vos seguirei custe o que custar: pelos vales, montes, desertos e ilhas; pelas torturas, pelos abandonos e olvidos; pelas perseguições e tentações, pelos infortúnios, pelas alegrias e triunfos. Eu vos seguirei de tal maneira que, mesmo no fastígio da glória, não me incomodarei com ela, porque só me preocuparei convosco. Eu vos vi, e até o Céu não desejarei outra coisa, porque, uma vez, vos contemplei!

    Plinio Corrêa de Oliveira (Composto na década de 1970)

  • Minha mãe, dizei por mim!

    Minha Mãe, quando Jesus estava em vosso claustro, Vós encontrastes inúmeras coisas para Lhe dizer; vede, entretanto, que misérias eu digo no momento que O recebo na Sagrada Eucaristia!

    Por isso, eu Vos peço: Falai por mim, minha Mãe, e dizei a Ele tudo quanto eu quereria ser capaz de dizer, mas não o sou. Adorai-O como eu quereria adorá-Lo; dai-Lhe a ação de graças que eu quereria dar-Lhe; apresentai- Lhe atos de reparação pelos meus pecados e pelos do mundo inteiro com um calor de reparação que, infelizmente, eu não tenho.

    Minha Mãe, pedi por mim e por todos os homens tudo quanto for necessário para que realizemos a vossa glória; porque, minha Mãe, o que eu peço mais do que tudo é a vossa glória, o vosso Reino.

    Amém.

    Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 24/3/1984)

  • Oração: Graça da oração insistente

    Ó minha Mãe, olhai misericordiosamente para minha alma e obtende-me o espírito de oração pelo qual eu recorra sempre a Vós. E tanto mais recorra quanto mais me atenderdes, pois vossos favores nos incitam a pedir dons maiores.

    Rogo-Vos ainda outra graça: a de Vos pedir tanto mais quanto menos parecerdes me atender. Pois Vós amais a oração insistente e confiante; quanto maior for a aridez ou a demora, mais apreciável será a graça que desde já nos preparais. Amém

    (Composta em 30/7/1971)

  • Oração para combater as afeições meramente terrenas

    Minha Mãe e Senhora minha, quão grande foi o elogio que de Vós fez o Evangelho ao afirmar que — depois das inefáveis emoções da Anunciação, da Natividade, da Visita dos Reis Magos e da Apresentação no Templo — consideráveis todos estes fatos meditando-os em vosso Coração. Assim, nas emoções mais intensas que podíeis ter, Vós meditáveis.

    Eram emoções indizivelmente ordenadas, e por isto em nada empanaram, antes favoreceram o exercício incomparavelmente lúcido de vossa meditação. Ordenadas, não apenas porque vossa natureza sem mancha não tinha a menor desordem, mas também porque vossas emoções resultavam da Fé e eram todas embebidas de Esperança e Caridade.

    Olhai, suplico-Vos, para este filho tão diferente de Vós. Concebido com as desordens do pecado, agravado por toda espécie de infidelidades, ele nem de longe é tão sobrenatural quanto quisera, e por isso encontra-se tiranizado pelas impressões, sensações e tentações.

    Fazei com que uma graça, vinda do mais íntimo de vosso Imaculado Coração, toque a alma deste vosso filho, separando-a dos aspectos terrenos, orientando-a exclusivamente para Vós e extinguindo, assim, os ardores das paixões que tanto a nublam, perturbam e tiranizam. Amém.

    (Composta por Dr. Plinio em outubro de 1966)

  • Oração: “Mandai-me um raio de vossa luz”

    Agradeço-Vos, ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria, por terdes me chamado para a excelsa condição de escravo vosso.

    Entretanto, movido pelo desejo de levar até a sua mais alta plenitude essa condição, sinto os obstáculos que as infidelidades anteriores à minha vocação deixaram nesta minha alma tão misericordiosamente amada por Vós.

    Entre esses está, sobretudo, o mau hábito de me voltar continuamente para assuntos banais e triviais, neles perdendo a atenção e o tempo concedidos por Vós para me enlevar com o que é nobre, digno e sublime, conforme a Vós, ó minha Mãe, que sois mais elevada do que os céus e mais sublime do que todos os coros de Anjos e Santos.

    Sempre que suceder sentir-me atraído para as coisas banais e triviais, mandai-me um raio de vossa luz que reacenda em mim o desejo das coisas elevadas e celestes.

    Ó Coração Sapiencial e Imaculado de Maria, fazei-me humilde, submisso, forte, nobre e  invencível, para que eu seja um perfeito escravo vosso, um enlevado e imbatível Apóstolo dos Últimos Tempos. Assim seja.

    Plinio Corrêa de Oliveira (Oração composta em 1967)

  • Prece na aridez

    A aridez espiritual é um presente da Providência que prepara a alma para as grandes horas da vida interior. Nessas horas, digamos a Nossa Senhora: “Minha Mãe, Deus pediu de Vós que atravessásseis muitos desertos com São José e o Menino Jesus, quando fugistes para o Egito. Esses desertos devem ter sido secos, áridos, infestados por bandidos. Que viagem terrível! Vós os atravessastes contente, tranquila, porque sabíeis estar cumprindo a vontade de Deus e, com isso, movíeis a História.

    Dai-me a graça de, nesta provação, saber que estou fazendo a vossa vontade, e que assim, dentro da aridez, estou acumulando vitórias contra o adversário!”

    Muitas e muitas vezes, a Comunhão inteiramente árida é mais vantajosa para a nossa alma do que uma Comunhão recebida em meio às delícias das consolações. É assim porque Maria Santíssima e seu Divino Filho querem, como homenagem, que rezemos sem nós mesmos percebermos o quanto nossa oração Lhes é grata.

    Plinio Corrêa de Oliveira (Extraído de conferência de 4/2/1984)

  • “Filho, eis aí tua Mãe”

    Repousais, Senhor, em vosso mísero e augustíssimo presépio, sob os olhos da Virgem, vossa Mãe, que vertem sobre Vós os tesouros inauferíveis de seu respeito e de seu carinho.

    Jamais uma criatura adorou com tão profunda e respeitosa humildade o seu Deus. Nunca um coração materno amou mais ternamente seu filho. Reciprocamente, jamais Deus amou tanto uma mera criatura. E nunca filho amou tão plena, inteira e super abundantemente sua mãe.

    Toda a realidade desse sublime diálogo de almas pode conter-se nestas palavras que indicam aqui todo um oceano de felicidade, e que em ocasião bem diversa haveríeis de dizer um dia do alto da Cruz: “Mãe, eis aí o teu filho. Filho, eis aí tua Mãe (cf. Jo 19, 26-27). E, considerando a perfeição deste recíproco amor, entre Vós e vossa Mãe, sentimos o cântico angélico que se levanta das  profundezas de toda alma cristã: “Glória a Deus no mais alto dos Céus, e paz na Terra aos homens por Ele amados”. (Lc 2, 14).

    (Extraído de “Catolicismo”, dezembro de 1963)

    Coordenação do Blog João Sérgio Guimarães

  • Confiança na prova e na borrasca

    Quanto é doce, Senhora, vossa afabilidade! E quão imperscrutáveis vossos desígnios! Vós nos fazeis sentir de mil modos — nos dias de penumbra, como nos de luz — as delicadezas radiosamente sábias de vossas vias. E, ao mesmo tempo, as minúcias de vossas misericórdias. É o conjunto de luzes que acendeis ao longo de nossos passos.

    Luz necessária, porque desejais que caminhemos,  o mais das vezes, cercados de sombras, encontrando mil pedras pelo caminho e, não raro, atrás das pedras, emboscadas inesperadas.

    Quereis que confiemos na  prova e na borrasca. Mandais uma e outra para que sejamos abnegados. E mandais vossas carícias para que avancemos na Fé. Essa é a majestade régia de vossa via. Ajudai-nos ao longo dela, ó Senhora de Sabedoria e Mãe de Misericórdia. Amém.

    (Oração composta por Dr. Plinio)